Admiro as pessoas que entendem que a vida é feita de acasos, mas que nem por isso sentem o peso do mundo caindo em suas cabeças. Eu não sei viver vivo assim, sereno. E a gente admira muito mais o que não alcança do que aquilo que enxerga no espelho todos os dias.
Estar vivo, lutar pela sobrevivência, criar laços com outras pessoas, encontrar (e justificar para si) um motivo para continuar fazendo o que se faz… todas essas são coisas que exigem uma força descomunal. Pelo bem ou pelo mal, a maioria de nós segue aos trancos enfrentando a vida com as armas e forças que conseguimos arrastar pelo caminho. Mas não precisa ser assim.
Existe leveza, beleza e calma na vida. Queria encontrar esse meio-termo, achar esse caminho que me colocasse em uma situação de entendimento da minha existência e das minhas limitações. Às vezes penso que o meu erro— e o de muita gente — é querer estar no controle, determinando, conduzindo, explicando tudo. Queria ter a coragem de só fazer perguntas, sem esperar nenhuma resposta. Mas isso é muito pra mim, é mais do que eu posso ser.
Foto de Greg Girard