Nessa semana participei de um congresso de Comunicação. Depois de uma das sessões fui a um restaurante próximo para almoçar. Tinham 14 pessoas no restaurante ocupando 10 mesas diferentes. A maioria, portanto, estava presa cada uma a si (sendo eu uma dessas pessoas), sem conseguir ou sem querer ultrapassar o limite entre o eu e o outro. Há 10 minutos todas essas pessoas estavam em uma sala de debates, discutindo os dilemas da comunicação e da tecnologia. Agora, sentados sozinhos diante de uma refeição, nos sentíamos incapazes de lidar com a mais simples das tecnologias: a interação humana.
É um pouco contraditório eu falar isso sendo que eu mesmo não faço o menor esforço para interagir com pessoas que não conheço. Mas já disse antes que se eu fosse um modelo para a vida social ela simplesmente não existiria. Portanto, ainda que eu realmente prefira ficar sozinho a ter que me esforçar para compreender ou agradar alguém estranho, eu não imagino que isso seja o melhor para a vida em sociedade.
Sendo assim, e considerando a quantidade de vezes que eu já li alguém dizendo que a característica básica da vida humana é sua natureza gregária, quando foi que começamos a perder o rumo?