A beleza do absurdo

O estranho é difícil de compreender e de gostar. Com nosso olhar tão direcionado para a beleza formatada da mídia e com nossa obsessão pelo entretenimento, encarar o esquisito é um exercício de constante força e insistência. Conta-se que Marcel Duchamp procurava para cada um dos seus ready-made objetos isentos de interesse estético. Mas será que existe esse tipo de ausência estética? Ou, dizendo de outra forma: a beleza só se encontra naquilo que é racional e compreensível?

Eu também gosto da beleza certa daquilo que é padronizado, mas o absurdo sempre me interessa, justamente porque me permite sair um pouco do lugar-comum, da obviedade das propagandas, dos filmes de Hollywood, dos textos bem escritos e previsíveis. Quer ver um exemplo do que estou falando? Então, assista ao vídeo abaixo:

Um prazer gigantesco que eu tenho é colecionar esses absurdos na internet. Faço isso menos do que eu gostaria, mas sempre que me deparo com algo estranho o suficiente para me tirar do sério, coloco em uma revista no Flipboard. Me segue lá, se tiver a mesma necessidade que eu, de fugir do agradável, de se maravilhar com o absurdo.

Um dos sapatos de Anna Vasof