Se encaixar

De uma forma ou de outra, todo mundo acaba sentindo em determinados momentos da vida a pressão para ter que se encaixar em algum contexto social. Isso pode acontecer na família — que ninguém escolhe, mas precisa aprender a conviver— na escola, no trabalho e em qualquer outro ambiente compartilhado em que você venha a estar presente. Ninguém escapa desta sina, ao mesmo tempo que ninguém precisa realmente condicionar a própria vida à tudo.

Quando nos conformamos aos modelos sociais, sacrificamos parte do que nós mesmos somos. E seguimos empurrando a nossa vontade e os nossos anseios em cima dos outros, deixando um pouco de nós em cada passo, abrindo mão de algumas das nossas convicções. Não acho que ninguém deva viver como se a vida coletiva não existisse, ainda que se dedicar exclusivamente a isso seja frustrante. Viver em sociedade exige sacrifício e, na maior parte das vezes, é provável que cada um se perceba desconfortável e injustiçado com o tipo de vida que conseguiu manter.

Ter a sensação de que nos encontramos na vida comunitária com prazer e satisfação é possível, ainda que seja pouco provável. De qualquer forma, essa é a vida que podemos ter. Então, por que não encarar esse tipo de circunstância como uma parte da própria vida e não como um martírio? É difícil — eu quase nunca consigo — mas não é impossível.

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