Muito papel

Hoje, arrumando documentos e papéis, percebi (ou melhor, lembrei) que tenho uma dificuldade gigantesca de me desfazer das coisas — inclusive de coisas que não lembrava que tinha ou que sei que não vou precisar. E assim acumulo mais do que preciso.

Claro que existe nostalgia envolvida (esse caderno é de tal época e esse texto me lembra não sei o quê), mas tem também uma sensação de que eu poderia precisar das coisas no momento seguinte em que eu as jogasse fora. Na verdade — e você sabe disso da mesma forma que eu — , isso tudo é um disfarce pra minha preguiça de organizar as minhas coisas. Afinal, é muito mais fácil deixar tudo como está e esperar que cada papel e caderno fique no lugar certo na hora que eu precisar.

Mas não vai ser assim, porque as coisas sabem a hora certa de sumir e de se esconder (eu não sei como, mas isso realmente acontece). Então, o melhor é mesmo separar e rasgar e jogar fora, ainda que isso me faça mal como se estivesse desperdiçando o meu passado. Pra minimizar o dano, vou digitalizar tudo o que puder e tomara que eu transforme tudo em algo útil depois. Tomara.