Cultura livre
De vez em quando eu olho as estatísticas do meu site e fico besta de ver a quantidade de pessoas que ainda tem interesse em blogs1. Hoje, eu me preocupo menos com a análise desses dados. Quando eu hospedava o meu site no Squarespace eu gastava alguns minutos todo dia olhando quantos acessos eu tinha, e em que páginas, e vindo de quais Estados ou países… era um inferno.
Com o meu site no GitHub tudo ficou menor, mais simples, limitado. Eu ainda tenho acesso ao analytics do Google, mas como funciona como um serviço separado, raramente vejo. Na verdade, pra ser sincero, eu muitas vezes nem lembro que essas informações estão lá. Mas quando eu lembro de ver, recordo porque é tão ruim ter esses dados à mão.
A primeira coisa que vem à cabeça quando olho esses números de acesso, é a possibilidade de monetizar a presença das pessoas no site. Felizmente, eu me lembro logo depois porque eu nunca fiz isso.
Se tem uma coisa que eu acho horrível é um site cheio de banners, de lugares estranhos pra clicar, de pegadinhas para atrapalhar e confundir os visitantes. Você também já deve ter tido essa sensação, de se ver pisando em ovos pra não clicar em nada estranho e com medo de fazer alguma coisa errada, quando o motivo central de você estar ali é apenas querer ler um texto.
Como leitor, resolvi esse problema utilizando o Instapaper e o Outline2. Mas como alguém que faz um blog, eu sinto que posso contribuir também não reproduzindo o tipo de layout que detesto.
A beleza de um blog na internet é que ele ainda pode ser um ambiente livre de tudo isso, sem truques nem enganações. Eu sei que a cultura livre, na sua essência, é e sempre será um sonho. Mas é um sonho bom de acreditar! 😊
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A era dos blogs não tinha acabado? ↩
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Esses dois apps servem para limpar a tela de tudo que é supérfluo e deixar apenas o conteúdo artigo principal. Gosto mais do Instapaper porque ele tem integração com o Kindle e manda os artigo que eu adiciono diretamente para lá. Mas o Outline é muito bom para leituras mais rápidas, no navegador mesmo. ↩
Marcos Ramon
Professor no Instituto Federal de Brasília, pesquisando ensino, estética e cibercultura. Lattes | ORCID | ArquivoRelacionados
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