Quando pensamos em coisas que consideramos essenciais para uma boa vida, inevitavelmente pensamos em autoconhecimento. Os bens materiais e a opinião que os outros possuem de nós também são fatores importantes, mas eles certamente teriam um impacto menor caso os tivéssemos como elementos únicos de nossas vidas. Se somos alienados de nós mesmos, desencontrados com nossa existência e com nosso propósito no mundo (propósito inventado, claro, não estou falando aqui de destino), não tem dinheiro ou reconhecimento alheio que nos permita uma sensação próxima da satisfação.
É por esse motivo que tanta gente busca autoconhecimento, e também é por esse motivo que tantos charlatões se dispõem a vender o segredo, a fórmula, a receita ou que for necessário para te ajudar a alcançar o conhecimento sobre sua própria existência. Esses gurus falsários se disfarçam de palestrantes geniais, escritores inspiradores ou hábeis coachs (você também acha esse termo ridículo?) dedicados a auxiliar quem quer que queria pagar pelo autoconhecimento em algumas parcelas módicas no cartão de crédito.
Não caia nessa. Para adquirir autoconhecimento basta estar vivo. E tentar, errar, sofrer, se enganar, tentar de novo, chorar, se alegrar… enfim, basta viver a sua própria vida e estar atento a ela. Ninguém pode te ensinar como fazer isso, ninguém pode te vender uma técnica que te permite entender quem você é. Claro que existem pessoas que possuem ideias que nos ajudam a pensar melhor, mas você percebe logo de cara a diferença: enquanto as pessoas realmente inspiradoras querem compartilhar experiências e conhecimentos, os empreendedores do autoconhecimento querem te vender exemplos de sucesso. Não deixe de buscar o autoconhecimento, mas esteja ciente de que este é um processo de uma vida toda, e não existem caminhos certos pra isso. O que existe é o seu caminho, aquele que você quer seguir.
Ilustração de Andrea Ucini