Um exercício de compaixão

Só quando escondemos algo de nós mesmos é que nos supreendemos com o fato de que a nossa realidade é mais incompreensível do que imaginamos.

É muito simples considerar as coisas como problemas quando sentimos/percebemos que essas coisas são externas a nós. Mas aceitar que o problema está com a gente é algo quase insuportável. E isso tudo tem consequências.

Conviver em harmonia, por exemplo, poderia ser algo natural, se entendéssemos o meio social como um reflexo da nossa energia e disposição. Mas acaba sendo muito difícil evitar o pensamento de que a nossa vida é um filme de bang-bang em que nós é que somos os mocinhos, sempre dispostos a combater o mal e a injustiça.

Mas eu não sou herói. Ninguém é.

Um desafio: aceitar a simplicidade disso.

Pintura de Pawel Jonca

Marcos Ramon

Professor no Instituto Federal de Brasília, pesquisando ensino, estética e cibercultura. Lattes | ORCID | Arquivo

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