Saia e divirta-se!

Domingo à noite. Estou sentado em uma mesa de um restaurante, sozinho, esperando os hambúrgueres que eu pedi. Hoje à gente vai comer em casa. Meu filho vai comer um peixe que sobrou do almoço e eu e a minha esposa vamos comer os sanduíches que vou levar (o meu é um cheese salada e o dela é um hambúrguer com alho, sem mostarda).

A gente podia ter vindo todo mundo pra cá, mas às vezes é chato sair. Quer dizer, sair de casa é bom. Sair do mormaço, das paredes, da televisão e do comodismo de sempre. Mas também é cansativo. Dá preguiça de pensar pra onde ir e quando temos pra onde ir, dá preguiça de ir ficar lá, enfim… melhor ficar em casa.

E essa é a loucura da vida. Durante a semana a gente trabalha e quer ficar em casa. No final de semana a gente tem que se divertir e se divertir geralmente significa sair de casa.

Sentado aqui eu vejo outras pessoas que decidiram sair de casa, pra comer fora, pra sentir que fizeram algo de diferente, pra marcar a diversão do fim do final de semana. Afinal, amanhã é segunda, dia de obrigatoriamente sair de casa e de lamentar o fato de que adoraríamos não sair.

Mas essas pessoas nas mesas ao lado da minha parecem cansadas, desconfiadas, talvez com vontade de não ter vindo pra cá. Não sei se é bem isso, mas é uma impressão. Fico pensando como seria bom se a gente soubesse simplesmente ser o que a gente é.

Chegaram os hambúrgueres. Vou pra casa. 😉

Colagem de Tristram Mason