Piloto automático

Com certeza sempre teve gente assim, vivendo de maneira mecânica, sem nem perceber o porquê de cada coisa que fazia. Mas antes, talvez, a gente tivesse a desculpa de que garantir a sobrevivência era o mais importante. Afinal, não dá pra pensar muito na vida se ela está em risco a cada instante.

Mas agora é diferente. A gente sobrevive com mais facilidade e, em tese, a gente poderia agora se importar com a qualidade dessa vida, com o sentido dela. Mas pra quê mesmo? Pra ficar refletindo sobre cada decisão errada, prolongando o passado, medindo cada passo… Não, melhor viver no piloto automático. Alguém manda, a gente faz.

E um dia, quem sabe, tudo se arranja de um jeito bom meio sem querer. Será?

Marcos Ramon

Professor no Instituto Federal de Brasília, pesquisando ensino, estética e cibercultura. Lattes | ORCID | Arquivo

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