Onde está meu rock n’ roll?

Dia desses vi uma matéria no site da revista Rolling Stone que mostrava 20 músicas que já completaram 20 anos. Tinha muita coisa na lista que eu não gostava na época e não gosto até hoje (Pearl Jam = blerghhh…), mas uma coisa me chamou muita atenção: tinha muito rock naquela lista. Se daqui a 20 anos fizerem uma lista de 20 músicas que foram lançadas e fizeram sucesso em 2013, vai ter o quê de rock? Quase nada, com certeza.

Se você tem mais de 30 anos e gosta de rock, você deve se lembrar de quando colocou o Appetite for Destruction no toca discos e ouviu Paradise City pela primeira vez. E se lembra também de quando assistiu a estreia do clipe de Smells Like Teen Spirit na MTV. E, quer saber?, eu sei exatamente o que você sentiu:

it's only rock n' roll, but i like it!

Mas e hoje, onde está o rock? Numa época de modismos cada vez maiores em que a música parece ter prazo de validade cada vez menor, acho que temos pouca coisa nova e interessante para ouvir. Lembro de alguns discos que descobri. Alguns sozinho (esses são os melhores!), outros por indicação: Let it be, Led Zeppelin III, Paranoid, A Divina Comédia dos Mutantes, Secos e Molhados, 2112, Ziggy Stardust and the Spiders from Mars, A Night at the Opera, Ok Computer. E sabe o que é triste? Esses ainda são basicamente os mesmos discos que eu escuto hoje, fazendo exceções pro Arcade Fire e pras loucuras do Thom Yorke

Eu não sou um xiita do rock, como você deve estar pensando. Gosto de muita coisa ultra pop e respeito muitos artistas pelo tipo de trabalho que fazem, ainda que não goste de ouvir determinados estilos. Mas a situação do rock é bem peculiar. Quem aprecia esse estilo de música não tem muita alternativa a não ser ficar tirando a poeira dos discos velhos ou escutando bandas novas que parecem que foram teletransportadas direto da década de 1970 pra cá…

Alguém me diz aí: Onde é que está meu rock n' roll?