O que realmente importa

Existe aquela história de que pensamento positivo é importante para realizar coisas na vida. Não acredito nisso. Mesmo assim, acho que é melhor ter atitude positiva diante da vida do que o contrário; e não porque “o mundo vai conspirar a seu favor”, mas porque assim a vida pode ser mais leve, mais tranquila. O problema, contudo, é que quem não tem esse jeito de ver o mundo, não tem esse jeito de ver o mundo. Simples assim. Pensamento positivo não é algo que se aprende (mas claro que os coachs da vida devem dizer o contrário).

Por outro lado, há quem defenda seriamente que uma perspectiva otimista sobre si mesmo é fator decisivo na nossa capacidade de realização pessoal. E, sim, acho que isso faz muito sentido. Se trabalhamos com algo que detestamos, por exemplo, dificilmente seremos bons naquilo que fazemos. E o motivo para isso não é incapacidade técnica ou intelectual, mas emocional mesmo. Quem já saiu de casa todos os dias para um trabalho detestável sabe do que estou falando: o otimismo e a autoestima passam longe.

Mas se o pensamento positivo não se aprende e a possibilidade de viver daquilo que gostamos não é para todo mundo (e nunca vai ser), como viver? Um dia após o outro, entendendo quem se é, e buscando conectar os pontos que ficam pelo caminho. Um erro de quem procura conhecer o jeito como viviam as pessoas de sucesso, é acreditar que podemos emular a vida alheia. Não dá. Sua vida é única; seus problemas e alegrias também. “Aprenda com você mesmo”, essa deveria ser a única sabedoria que deveríamos buscar, a única que realmente importa.

Ilustração de Hyuro