Fazer o melhor que eu posso
Todas as vezes em que paro pra pensar em por que falhei em alguma coisa, a primeira reação que me vem à mente é perguntar a mim mesmo: “o que eu deixei de fazer?”. Mas, tentando ser coerente comigo, tenho que reconhecer que essa pergunta é inútil - e inútil no pior sentido do termo.
Em qualquer coisa que eu venha a fazer, e mesmo fazendo o melhor que eu puder, sempre existirão centenas de coisas que eu não fiz. Para cada escolha, para cada decisão e ação, sempre existirão um monte de possibilidades não exploradas, e isso é impossível de mudar. Sempre haverá dúvida e medo e arrependimento.
Mas considerando que isso é simplesmente viver, não é aqui o caso de dizer que isso é o “pior” que poderia acontecer. Simplesmente é o que é.
Na semana passada passei por uma situação dessas em que pensei: “tudo isso poderia ser diferente se…” Mas esse “se” não é uma possibilidade de mudança e sim um martírio. Eu tento me convencer de que eu não preciso dele. O que eu preciso é de força para transformar a frustração em impulso para continuar vivendo e realizando algo em que eu acredito.
Será que dá pra chamar isso de otimismo?
Pintura de Davide Eron Salvadei
Marcos Ramon
Professor no Instituto Federal de Brasília, pesquisando ensino, estética e cibercultura. Lattes | ORCID | ArquivoRelacionados
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