Estamos em uma época em que se fala sobre tanta coisa e com tanta propriedade que fica até mesmo difícil avaliar em que medida essas proposições fazem sentido. Entendo como uma conquista fantástica podermos, com auxílio da tecnologia, encontrar a informação que precisamos por conta própria. Existe, no entanto, um espaço vazio entre acessar a informação e atestar a validade da informação encontrada.
A maioria de nós é capaz de encontrar e confirmar informações sobre várias coisas, mas não sobre todo e qualquer assunto. E é por isso que eu penso que a figura do especialista, em detrimento do erudito, é negativa. Nos tornamos — ou sentimos que estamos prontos para nos igualarmos a — especialistas. Mas na internet qualquer informação flutua sobre um mar de possibilidades; e, assim, nem a nossa “especialidade” tende a fazer sentido.
Isso pode parecer uma fala contra a tecnologia ou a colaboração massiva. Não é. Acredito realmente que as tecnologias atuais nos trazem vantagens gigantes em relação ao que tínhamos antes. Não é a tecnologia que está errada, mas a nossa abordagem em relação à ela. Temos certezas demais e nos convencemos rápido demais diante de qualquer informação mais chamativa.
Mas pra resolver isso não precisamos abandonar a informação, só precisamos de mais ceticismo.