Marcos Ramon
Sobre tocar violão
Recentemente compramos um violão. Gisele está ficando cada vez melhor e Arthur está desprezando cada vez mais nossa intenção de transformá-lo em músico1. Dia desses, Gisele cantava aqui em casa:
Do you know where I was at your age? Any idea where I was at your age? I was working downtown for the minimum wage!
Entendam: ela não apenas cantava, mas cantava como se realmente não houvesse amanhã! E Arthur, lá do quarto dele, irritado, pedia silêncio. Ele disse depois que gosta de música sim2, só não gosta das músicas que a mãe dele canta.
Antigamente, sempre que eu escutava uma música que eu gostava eu me imaginava num palco. Agora, sendo apenas quem eu sou, quando escuto uma dessas músicas eu imagino Arthur nos vocais, baixo, guitarra, bateria ou o que for.
Quando ele nasceu eu imaginei que ia viver o mundo através dos olhos dele, tentando aproveitar a vida com ele, uma vida melhor do que a que eu tive quando criança. Mas agora percebo que eu tento mesmo é fazer ele viver a vida que eu queria ter tido. Não é algo muito justo, eu sei. Mas como mudar?
Marcos Ramon
Professor no Instituto Federal de Brasília, pesquisando ensino, estética e cibercultura. Lattes | ORCID | Arquivo comments powered by DisqusMarcos Ramon / Professor de Filosofia, pesquisando estética e cibercultura.
- 😷 Sobre o autor
- 📘 Livros publicados
- 🎙️ Podcast
- 😍 Apoie
Inscreva-se na newsletter para receber atualizações por email. 😉
-
Apr 18, 2024
Olhando com cuidado
-
Oct 12, 2023
Só seguir
-
Sep 1, 2023
Fazer só o que dá para fazer
-
Jun 13, 2023
Razão, intuição e um sentido para existir
-
Mar 10, 2023
Ensinar é difícil
-
Marcos Ramon